Percebi que não existe a pessoa
certa nem a pessoa errada. O que pode vir a existir é o amor, ah, o amor, esse
sim, por mais errado que seja você o sente certo. O amor não tem idade, pessoa
certa, simplesmente acontece, e você fica torcendo para não estar amando aquela
pessoa, por que, afinal, quais são as chances daquilo realmente dar certo? E
você se perde se perde dentro de você mesmo, passa noites em claro tentando
entender o que exatamente é aquilo. Fica com medo, tenta evitar, fugir, mas
sempre acaba voltando ao mesmo lugar. E então você desiste, desiste de lutar
contra isso, afinal, quem disse que o amor é ruim? E você se entrega de corpo e
alma, como se estivesse jogando tudo para o alto. Mas a vida tem seus altos e
baixos, e você acaba por criar expectativas e a pessoa não a satisfaz em
nenhuma e você se sente perdido de novo, começa a achar defeitos em tudo,
percebe que cada gesto é como se fosse uma decepção e sem conseguir fugir
disso, você se entristece e termina com tudo. Afinal, pra que ficar sentindo
esse remorso? Você volta a sua vida de antes, a sair com seus amigos, a beber,
a não ter hora para voltar pra casa, você finalmente se sente livre, sem aquele
aperto no peito. Mas toda a noite que deita a cabeça no travesseiro vem o
passado numa tentativa de te assombrar e você, frágil acaba por ceder a ele.
Fica com saudades dos momentos, e até cria alguns que poderiam ter vindo a
existir nos próximos dias, mas você sabe que nada que fizer vai fazer as coisas
mudarem ou voltarem a ser o que um dia foi. Então, você chora como se necessitasse
da pessoa, como se sua vida dependesse daquilo. E depois de um bom tempo, você
se recupera das dores, e percebe que o verdadeiro significa do amor, é que ele
é uma droga, que vicia já na primeira vez, e por mais que você tente fugir, ele
te persegue pelo resto da vida.